O ser envelhecido muitas vezes é depreciado justamente por ser marginalizado, por estar na periferia do mundo capitalista, do modelo hegemônico de produção, idealizado pelo nosso sistema econômico, o sujeito perde o valor por não servir ao interesse desse sistema, ele não produz mais como antes, sua maneira e seu tempo, seu ritmo, são diferentes, o que não significa que ele deixa de ser um sujeito desejante, que emite subjetividade e que está em processo de subjetivação, há uma forte construção de atividade Psi nesse sujeito.
A concepção de que o velho não produz mais está anexada na cultura do social, mas é o próprio social que lhe tira o direito de ser o produto produtor, ele(nós) nega(negamos) a capacidade de alguém que ele mesmo silencia, é contraditório, se o estereótipo já está estigmatizado, não há por que a rotulação e cobrança desse sujeito.
Nós como profissionais em Psicologia devemos abrir os olhos diante da realidade discutida e exposta, devemos em nosso discurso, sermos coerentes com esse público, com essa classe, se é que existe motivo para segregações, a psicologia deve ser agente interventor, ajudando a moldar a realidade e seus interlocutores, para que seja construída uma sociedade mais justa e "redundantemente" humana.
'Que os saberes da Psicologia não sirvam mais uma vez para Patologizar a situação, mas para "Humanescer" a realidade, servindo como luz para o caminho da humanidade.'
Arthur Salviano
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