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Natal, Rio Grande do Norte, Brazil
Estudante de Psicologia, Coletivo Jovem Pelo Meio Ambiente, Cidadão do mundo.

domingo, 8 de novembro de 2009

Bolívia propõe a criação de corte ambiental internacional

6 de novembro, 2009


Meio Ambiente
Bolívia propõe a criação de corte ambiental internacional


James Painter


Da BBC News em Barcelona


Um grupo de organizações sociais bolivianas tentou angariar apoio internacional na conferência sobre clima de Barcelona a fim de estabelecer um tribunal para julgar casos de “justiça climática”.


Eles esperam que a corte force multinacionais a pagarem indenizações à comunidades indígenas que sofrem efeitos do aquecimento global.


A proposta tem o apoio do presidente boliviano, Evo Morales, e de seus aliados na Alba, o bloco regional bolivariano.


Na semana passada, em Londres, o presidente do Equador, Rafael Correa, elogiou a proposta, argumentando que países como Equador e Bolívia precisam “cobrar sua dívida ecológica”.


“Não queremos ser vistos como mendigos, não viemos pedir esmolas, mas sim justiça”, diz Angelica Navarro, uma das negociadoras.


Os detalhes sobre como funcionaria a corte e qual seria seu escopo ainda não foram definidos. Presidentes dos países da Alba concordaram em seu último encontro, em outubro, em formar um grupo para estudar o projeto.


Dívida histórica


Os propositores da ideia afirmam que os países industrializados e suas empresas têm uma dívida histórica por terem contaminado o planeta e deveriam pagar por isso.


“Acreditamos que companhias de petróleo deveriam pagar algo, de alguma forma, às comunidades indígenas na Bolívia”, disse Moisés Huarachi, representante tanto de organizações sociais bolivianas e da delegação do país em Barcelona.


“Mas achamos que talvez isso deva ser em forma de transferência de tecnologia em vez de dinheiro”, disse ele à BBC.


Huarachi apoia uma nova e imparcial corte que opera independentemente de outras instituições legais da ONU, embora, talvez, sob supervisão da própria ONU.


“Nós indígenas não acreditamos muito nos mecanismos da ONU”, disse.


Organizações sociais bolivianas organizaram sua própria versão de tribunal para mudanças climáticas no mês passado na cidade de Cochabamba.


Era composta de especialistas estrangeiros em questões ambientais que ouviram os casos de sete comunidades na Bolívia, em El Salvador, na Colômbia e no Peru afetadas por atividades de empresas mineradoras.


Os organizadores explicaram que a corte não tinha poderes legais, mas “segue a necessidade de responder à ausência de mecanismos e instituições que sancionem os crimes climáticos”.


Khapi


Um dos casos estudados em Cochabamba era o da comunidade Khapi, de indígenas Aymarás, no alto dos Andes bolivianos.
Moradores temem ser fortemente afetados pelo derretimento da geleira Illimani, que fornece parte da água consumida pela comunidade.
A questão é descrita em um relatório detalhado divulgado nesta semana em Barcelona pela organização não-governamental britânica Oxfam sobre a vulnerabilidade da Bolívia às mudanças climáticas.
De acordo com o relatório, o derretimento das geleiras, desastres naturais, a disseminação de doenças, incêndios florestais e o clima errático ameaçam provocar graves danos a um dos países mais pobres da América Latina.
Apesar disso, observa o documento, a Bolívia é responsável por apenas uma pequena porcentagem das emissões globais de gases do efeito estufa.
O relatório conclui que a proposta do governo da Bolívia para uma corte internacional “destaca a necessidade de mecanismos de controle, que requerem responsabilidade daqueles países ou organizações que contribuem com a contaminação, e ao mesmo tempo compensar os países mais vulneráveis”.
Os críticos apontam que a proposta deve enfrentar grandes obstáculos se for colocada em prática.
Eles dizem que seria difícil dar à corte internacional um estatuto legal para multar empresas por “crimes ambientais”.


Além disso, a ideia de uma corte internacional pode se perder em meio às outras várias propostas sendo apresentadas por países latino-americanos.


Brasil


O Brasil e o México, as duas vozes mais poderosas da região nas negociações sobre mudanças climáticas, estão concentrando sua atenção sobre que cortes em emissões de gases eles poderiam oferecer se os países desenvolvidos concordarem com grandes reduções de emissões e ajuda financeira a países em desenvolvimento.
O Uruguai anunciou durante as negociações o objetivo de aumentar a parcela de sua energia originária de fontes renováveis para 15% até 2015.
O Peru fala sobre metas de cortes nas emissões de desmatamento, enquanto até mesmo o Equador, um dos principais apoiadores da corte, prioriza a ideia de receber pagamentos da comunidade internacional para não explorar suas reservas de petróleo no parque nacional Yasuni.
Porém Moisés Huarachi espera que outros países de fora da América Latina que apoiaram as propostas bolivianas em encontros anteriores possam dar algum apoio.
“Tivemos apoio nas negociações de Bangcoc para a proposta de dar direitos à Mãe Terra. Logicamente alguém precisa penalizar a violação desses direitos”, explica.
Ele espera que alguns países africanos apoiem a ideia de incluir o estabelecimento da corte no texto de um acordo final a ser negociado na conferência sobre as mudanças climáticas a ser realizada em Copenhague, Dinamarca, no mês que vem.


http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2009/11/091105_bolivia_rc.shtml

Novidades da Conferência Internacional/Participação da Participação da Juventude

Pela REJUMA, tive notícias acerca da Conferência Internacional, é dedicada aos meus delegadinhos de conferência que esperam ansiosamente por notícias do esperado evento. Boa leitura.


CONFERÊNCIA INTERNACIONAL INFANTO-JUVENIL – Vamos cuidar do Planeta 

BRASÍLIA, 5 a 10 DE JUNHO DE 2010

A Conferência Internacional Infanto-Juvenil – Vamos Cuidar do Planeta - Confint- é uma iniciativa e um convite do governo brasileiro para adolescentes e jovens do mundo virem ao Brasil debater alternativas para a construção de sociedades ambientalmente sustentáveis e socialmente justas.
Os países participantes da Confint que vierem com delegações ao Brasil poderão trazer um jovem facilitador com idade entre 18 e 25 anos, que ficará encarregado de mediar o diálogo e ajudar crianças e adolescentes a organizarem suas próprias idéias, contribuindo com a interpretação do material de apoio e na realização das diversas etapas da conferência.
Para participar da Conferência Internacional, os jovens facilitadores devem dominar pelo menos um dos idiomas da conferência (espanhol, inglês, francês e português), além de seu idioma nativo. Os escolhidos devem chegar ao Brasil uma semana antes da delegação de seu país para participar de um curso preparatório, que incluirá um treinamento sobre conceitos, metodologias e atividades que serão desenvolvidas.
Segue respostas de algumas perguntas freqüentes:

Qual o objetivo da Conferência Internacional Infanto-Juvenil - Vamos Cuidar do Planeta - Conferência Internacional? 
Possibilitar que crianças e jovens do mundo todo se apropriem localmente de compromissos globais, assumindo responsabilidades para a construção de sociedades sustentáveis e promover uma rede de cuidados com o planeta. 

Quais temas serão abordados durante a Conferência Internacional?
Mudanças socioambientais globais, com foco nas mudanças do clima, é o tema que reunirá 900 pessoas, em sua maioria adolescentes entre 12 e 15 anos, além de educadores e lideranças dos movimentos de juventude, vindos de mais de 50 países. 

Qual resultado se busca com a realização da Conferência Internacional?
Os delegados da Conferência vão elaborar juntos - por meio de atividades lúdicas, oficinas práticas, diálogos interculturais e intergeracionais - a Carta das Responsabilidades – Vamos Cuidar do Planeta, documento que assumirá responsabilidades coletivas e ações que devem ser implementadas local e globalmente.

Como surgiu a Conferência Internacional?
A Conferência Internacional emerge da experiência de três Conferências Nacionais - Vamos cuidar do Brasil, que aconteceram em 2003, 2006 e 2009, e envolveram 13 milhões de pessoas, em 20 mil escolas de todo o país.  

Como os países participam da Conferência Internacional?
Cada país deve constituir uma Comissão Organizadora Nacional, que vai cuidar de todo o processo preparatório da Conferência Internacional no seu país. Qualquer instituição governamental ou da sociedade civil pode propor ou participar da criação dessa comissão. É desejável que ela tenha a anuência de seu Ministério da Educação ou órgão equivalente. Assim que for formada, o país deve entrar no site da Conferência Internacional (http://confint2010. mec.gov.br) para cadastrar sua comissão.

Quais ações serão desenvolvidas pelas Comissões Organizadoras Nacionais nos países que aderirem à Conferência Internacional?


Mobilização de alunos e professores para a realização de conferências nas escolas; 
Organização de uma Conferência Nacional, de onde serão escolhidos os delegados que participarão da Conferência Internacional no Brasil; 
Facilitação do processo de redação de uma Carta de Responsabilidades de seu país, que será levada para Brasília e servirá de embasamento para a construção da Carta Vamos Cuidar do Planeta;  

Como os grupos de juventude podem participar da Conferência Internacional?
A juventude pode participar da Comissão Organizadora Nacional apoiando a mobilização nas escolas. A comissão indicará um jovem para apoiar na facilitação dos processos da Conferência Internacional, devendo estar em Brasília na semana que antecede o evento e retornar com a delegação de seu país. O(a) jovem facilitador( a) deve:


Ser fluente em um ou mais idiomas oficiais da Conferência Internacional (português, inglês, espanhol e francês). Se a língua nativa do facilitador for um dos idiomas oficiais, o facilitador deverá ser fluente em um dos outros três idiomas; 
Ter entre 18 e 25 anos; 
Ter experiência em facilitação e mediação de grupos; 
Fazer parte de um país que tenha delegação. 

Quais outros canais de participação? 
Além da participação de alunos, jovens e educadores nas escolas, existem espaços virtuais onde os jovens de todos os países podem se comunicar. Na comunidade de aprendizagem “Vamos cuidar do Planeta” tem conferência todo dia, com fóruns de discussão e intercâmbio de idéias. A Conferência também está presente no Facebook e no Twitter. 

Como obter maiores informações sobre a Conferência Internacional? 
No sítio http://confint2010.mec.gov.br estão disponíveis diversos documentos e material didático relevantes para a conferência, como o regulamento geral; o passo-a-passo utilizados nas conferências nas escolas do processo brasileiro; e cadernos sobre questões ambientais com destaque para os temas água, energia, biodiversidade e mudanças climáticas. Nossa expectativa é que este material possa servir de referência e incentivo para o processo da conferência em cada país. 
Entre em contato com a equipe de organização da Conferência Internacional para obter informações sobre a Comissão Organizadora Nacional do seu país.

domingo, 1 de novembro de 2009

Reforma Educacional Raimunda Neci insere a Educação Ambiental como disciplina



      Num Ctrl C + Ctrl V das palavras do companheiro Modesto Batista, abaixo está parte do documento da Reforma Educacional Raimunda Neci, que no artigo 7º traz mudanças dentro da ensino, inserindo a educação ambiental,  o que é um passo extremamente importante pra nosso desenvolvimento enquanto humanos. Palmas pra turma da Juventude Socialista do PDT, pro meu amigo Modesto! Fico muito feliz e esperançoso, que essa reforma seja aceita, aprovada e concretizada, e que além disso as portas da educação ambiental se abram pro Coletivo Jovem pelo Meio Ambiente, e para o próprio NEA/SEEC, que o espaço para criação das COM-VIDAS seja efetivado! 






Segue a introdução e o artigo 7:


     "A Reforma Educacional – Raimunda Neci é um documento construído democraticamente com a participação de todos os delegados do I Congresso da Juventude Socialista que se realiza na Casa de Cultura Palácio Paulo Freire no dia 27 de setembro de 2009, tendo seu inicio oficial às 9 horas do referido dia. Este documento exprimi um apontamento de diretrizes e nortes para uma reforma educacional no município de Angicos, objetivando notoriamente uma discussão que traga e tona melhoramentos e aperfeiçoamentos para a educação municipal.


       As medidas aqui votadas e aprovadas serão entregues ao Poder Executivo na Prefeitura Municipal de Angicos, ao Poder Legislativo na Câmara Municipal de Vereadores e a Secretária Municipal de Educação de Angicos.


     Os debates sobre educação no município são tímidos e praticamente nulos, especialmente levando em consideração a participação do movimento discente no constructo de debates e discussões, este congresso abre espaço privilegiado para os estudantes e traz a eles a possibilidade de participação efetiva no constructo da Reforma Educacional Raimunda Neci, assim como abre espaço igualitário para professores e demais membros que representem entidades representativas e que tenham solicitado o cadastro de delegado.


     Por fim esta reforma em sua completude será defendida como tese de melhoramento da educação municipal do município de Angicos em eventos, debates, discussões, seminários, conferências e congressos."


Art. 07 – Ciente do atual momento de crise ecológico-ambiental que o planeta Terra está vivenciando e, tendo a escola à função educacional fica a critério das escolas a tarefa de junto com demais entidades de representação civil, conscientizar a massa estudantil dos problemas que o Brasil e o mundo vivenciam, apontando neste processo de esclarecimento caminhos e posturas que sejam ambientalmente corretas e que possam servir de norte para a aplicação de tarefas dentro e fora do âmbito escolar, objetivando uma maior afirmação em defesa do meio-ambiente.




INCISOS DO ARTIGO 07

I. – Exige do poder executivo o cumprimento das leis ambientais e o respeito intransigente a natureza.


II. – Solicita das escolas e dos poderes constituídos a fomentação de cursos e a fomentação de cooperativas que tratem sobre o encaminhamento correto do lixo.


III. – Estabelece a disciplina de Educação Ambiental como matéria curricular na grade das escolas municipais.


Fonte: http://www.correiopop.wordpress.com/ (eu recomendo)


Ato Médico - DIGAM NÃO !

Ato médico

No dia 21/10/2009, foi aprovado o ato médico que regulamenta o exercício da medicina e aponta procedimentos exclusivos dos médicos.
Com isso, os médicos podem prescrever e até realizar tratamentos com pacientes, em áreas que eles não têm treinamento nem competência, como: psicologia, enfermagem, nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia, educação física, farmácia, biomedicina, medicina veterinária, odontologia, serviço social, ciências biológicas.
E essa Lei ainda faz com que a Acupuntura torne-se um procedimento restrito aos médicos.
"(...)Outras profissões, como fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos e enfermeiros, tiveram garantidas na lei o acesso a procedimentos como aplicação de injeções, coleta de material biológico, realização de alguns tipos de exames, curativos e, especialmente, atendimento de emergência."
Matéria completa: http://www.abril.com.br/noticias/ciencia-saude/ato-medico-aprovado-camara-573748.shtml
DIGA NÃO AO ATO MÉDICO: http://www.atomediconao.com.br/
Divulguem!

A velhice, o Sistema e a Psicologia - Recortes

         O ser envelhecido muitas vezes é depreciado justamente por ser marginalizado, por estar na periferia do mundo capitalista, do modelo hegemônico de produção, idealizado pelo nosso sistema econômico, o sujeito perde o valor por não servir ao interesse desse sistema, ele não produz mais como antes, sua maneira e seu tempo, seu ritmo, são diferentes, o que não significa que ele deixa de ser um sujeito desejante, que emite subjetividade e que está em processo de subjetivação, há uma forte construção de atividade Psi nesse sujeito.
        A concepção de que o velho não produz mais está anexada na cultura do social, mas é o próprio social que lhe tira o direito de ser o produto produtor, ele(nós) nega(negamos) a capacidade de alguém que ele mesmo silencia, é contraditório, se o estereótipo já está estigmatizado, não há por que a rotulação e cobrança desse sujeito.
       Nós como profissionais em Psicologia devemos abrir os olhos diante da realidade discutida e exposta, devemos em nosso discurso, sermos coerentes com esse público, com essa classe, se é que existe motivo para segregações, a psicologia deve ser agente interventor, ajudando a moldar a realidade e seus interlocutores, para que seja construída uma sociedade mais justa e "redundantemente" humana.
         'Que os saberes da Psicologia não sirvam mais uma vez para Patologizar a situação, mas para "Humanescer" a realidade, servindo como luz para o caminho da humanidade.'






Arthur Salviano

O Idoso como Sujeito de Tutela

        A idéia de que o idoso necessita de cuidado e que ele não é capaz de gerir seus próprios bens, é bem comum nos seio familiar da nossa sociedade capitalista ocidental, o idoso passa a ser um sujeito de tutela que não é capaz de tomar decisões e atitudes que dizem respeito à sua própria vida.
       O problema dessa "terceirização" da gestão do idoso é que não são só seus bens que vão ser geridos por outros, mas todo o seu processo vital, suas escolhas perdem o valor, não interessa mais a sua subjetividade, afinal para o conceito de Sujeito de tutela (Neusa Gusmão), o sujeito idoso está em processo de desaparecimento então perde a lógica, ele ser o planejador e administrador de seus bens e de sua própria vida.
'O sujeito é construtor de seu processo vital e social, até seu último sopro de vida.'






Arthur Salviano

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Aposentadoria & Subjetividade

     

  


      Para se falar da aposentadoria e seus efeitos na vida dos sujeitos, é indispensável falar de o que o trabalho representa para a sociedade atual, e como a identidade desse sujeito é também formada pela identidade que se cria em suas relações de trabalho. Para isso, nos propomos nesse trabalho a buscar quais as implicações que a aposentadoria causa no sujeito, e quais são os processos de subjetivação que essa etapa da vida proporciona ao idoso. Mostrando então a dificuldade que o sujeito tem ao perder sua identidade pessoal tendo que afastar-se do mundo profissional.
    Primeiramente, quando pensamos em identidade, pensamos em uma singularidade de cada um, mas não podemos esquecer que essa identidade pessoal “única”, é formada em meio á relações sociais. Nessa relação sujeito e sociedade, a cultura acaba introduzindo valores no sujeito. E se esse sujeito não se adapta ao que a sociedade propõe, acaba sendo excluído da sociedade, e então, não se relaciona. Portanto a identidade pode ser definida como “estar só, no sentido da unicidade, e estar com o outro, na medida em que se compartilham os valores e as representações do grupo social e da cultura a que se pertence” (Santos).
    A partir desses valores e representações do grupo social compartilhados, o sujeito cria um sentimento de permanência e de reconhecimento na sociedade. Nesse processo de reconhecimento social, o papel profissional é um dos papéis sociais mais relevantes.
    Levando em conta a sociedade capitalista em que vivemos, sabe-se que o que se é valorizado é o sujeito que produz, então com o trabalho ganha-se reconhecimento social, além de ser uma fonte renda, ou seja, de sobrevivência.
   O reconhecimento social com o papel profissional acaba sendo uma fonte de satisfação pessoal e o sentimento de que se é útil. Além de proporcionar um favorecimento da interação e engajamento social.
 É claro, que com a aposentadoria há uma reestruturação da identidade pessoal do sujeito. Ele perde seu lugar de reconhecimento pela produção e ainda surge um vácuo temporal, pois o tempo que ele gastava no trabalho passa a ser um tempo vago. A aposentadoria acaba sendo sinônimo de perda para o individuo, uma perda de prestigio, um afastamento do mundo social.
     Além da perda do reconhecimento do social do papel profissional, outras perdas também são relevantes para o sujeito. A aposentadoria é vista também como a chegada ou o reconhecimento da velhice do sujeito. E na sociedade industrial moderna, a ênfase é dada à juventude e à capacidade de produção, com isso há a diminuição do valor simbólico do idoso frente à sociedade e a si mesmo.
      Com essa perda da juventude, há também as mudanças do corpo, a perda da beleza, da libido, fazendo assim com que a auto-imagem que a pessoa projeta de si mesma, seja depreciativa. A chegada da velhice acaba significando também a proximidade da morte.
     Portanto, com essas tantas mudanças pessoais, temporais, espaciais e sociais, conseqüentemente as mudanças psicológicas desse sujeito são inevitáveis.


Arthur Salviano & Lara Nogueira

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Contraditório, não?!

             Você tem Fome de quê? Você tem Sede de quê? Será que o destino do ser humano é o mergulho no mundo de consumismo e capitalismo devorador? A cada dia que passa nossa sociedade mergulha de cabeça nesse mundo consumista e devorador que impõe um sistema de produção cruel e sugador, somos criados para servir, produzir, mas a quem? A nós mesmos ou a esse sistema de produção promissor e usurpador? Vemos a crise como um estouro da detenção de renda pelos grandes empresários e o aumento desenfreado da população mundial e mesmo assim a sociedade está presa e enraizada nesse sistema, que se impregnou na nossa cultura, de forma com que tudo hoje em dia gira em torno de um consumismo acentuado, consumismo que alcança as mais vastas áreas, foi instituído um padrão de beleza perfeito, para que todos o sigam, o culto ao corpo e a “individualização do indivíduo” é um processo moderno, que advém desde o surgimento da reforma protestante e do movimento iluminista na europa ocidental
               Questões como essas devem ser abordadas pela comunidade e trabalhadas de forma com que a compreensão sobre os fatos seja ampliada, a cada dia se dá menos valor ao que realmente importa no ser humano, a cada dia se dá menos valor à subjetividade, à simplicidade e aos valores que existem nas pessoas, vemos a total desvalorização dos valores, contraditório não?  

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Manifesto da Antropofagia periférica

A Periferia nos une pelo amor, pela dor e pela cor. Dos becos e vielas há de vir a voz que grita contra o silêncio que nos pune. Eis que surge das ladeiras um povo lindo e inteligente galopando contra o passado. A favor de um futuro limpo, para todos os brasileiros.

A favor de um subúrbio que clama por arte e cultura, e universidade para a diversidade. Agogôs e tamborins acompanhados de violinos, só depois da aula.
Contra a arte patrocinada pelos que corrompem a liberdade de opção. Contra a arte fabricada para destruir o senso crítico, a emoção e a sensibilidade que nasce da múltipla escolha.
A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.
A favor do batuque da cozinha que nasce na cozinha e sinhá não quer. Da poesia periférica que brota na porta do bar.
Do teatro que não vem do “ter ou não ter...”. Do cinema real que transmite ilusão.
Das Artes Plásticas, que, de concreto, quer substituir os barracos de madeiras.
Da Dança que desafoga no lago dos cisnes.
Da Música que não embala os adormecidos.
Da Literatura das ruas despertando nas calçadas.
A Periferia unida, no centro de todas as coisas.
Contra o racismo, a intolerância e as injustiças sociais das quais a arte vigente não fala.
Contra o artista surdo-mudo e a letra que não fala.
É preciso sugar da arte um novo tipo de artista: o artista-cidadão. Aquele que na sua arte não revoluciona o mundo, mas também não compactua com a mediocridade que imbeciliza um povo desprovido de oportunidades. Um artista a serviço da comunidade, do país. Que armado da verdade, por si só exercita a revolução.
Contra a arte domingueira que defeca em nossa sala e nos hipnotiza no colo da poltrona.
Contra a barbárie que é a falta de bibliotecas, cinemas, museus, teatros e espaços para o acesso à produção cultural.
Contra reis e rainhas do castelo globalizado e quadril avantajado.
Contra o capital que ignora o interior a favor do exterior. Miami pra eles ? “Me ame pra nós!”.
Contra os carrascos e as vítimas do sistema.
Contra os covardes e eruditos de aquário.
Contra o artista serviçal escravo da vaidade.
Contra os vampiros das verbas públicas e arte privada.
A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.
Por uma Periferia que nos une pelo amor, pela dor e pela cor.
É TUDO NOSSO!



 Sérgio Vaz
Cooperifa

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