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Estudante de Psicologia, Coletivo Jovem Pelo Meio Ambiente, Cidadão do mundo.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Aposentadoria & Subjetividade

     

  


      Para se falar da aposentadoria e seus efeitos na vida dos sujeitos, é indispensável falar de o que o trabalho representa para a sociedade atual, e como a identidade desse sujeito é também formada pela identidade que se cria em suas relações de trabalho. Para isso, nos propomos nesse trabalho a buscar quais as implicações que a aposentadoria causa no sujeito, e quais são os processos de subjetivação que essa etapa da vida proporciona ao idoso. Mostrando então a dificuldade que o sujeito tem ao perder sua identidade pessoal tendo que afastar-se do mundo profissional.
    Primeiramente, quando pensamos em identidade, pensamos em uma singularidade de cada um, mas não podemos esquecer que essa identidade pessoal “única”, é formada em meio á relações sociais. Nessa relação sujeito e sociedade, a cultura acaba introduzindo valores no sujeito. E se esse sujeito não se adapta ao que a sociedade propõe, acaba sendo excluído da sociedade, e então, não se relaciona. Portanto a identidade pode ser definida como “estar só, no sentido da unicidade, e estar com o outro, na medida em que se compartilham os valores e as representações do grupo social e da cultura a que se pertence” (Santos).
    A partir desses valores e representações do grupo social compartilhados, o sujeito cria um sentimento de permanência e de reconhecimento na sociedade. Nesse processo de reconhecimento social, o papel profissional é um dos papéis sociais mais relevantes.
    Levando em conta a sociedade capitalista em que vivemos, sabe-se que o que se é valorizado é o sujeito que produz, então com o trabalho ganha-se reconhecimento social, além de ser uma fonte renda, ou seja, de sobrevivência.
   O reconhecimento social com o papel profissional acaba sendo uma fonte de satisfação pessoal e o sentimento de que se é útil. Além de proporcionar um favorecimento da interação e engajamento social.
 É claro, que com a aposentadoria há uma reestruturação da identidade pessoal do sujeito. Ele perde seu lugar de reconhecimento pela produção e ainda surge um vácuo temporal, pois o tempo que ele gastava no trabalho passa a ser um tempo vago. A aposentadoria acaba sendo sinônimo de perda para o individuo, uma perda de prestigio, um afastamento do mundo social.
     Além da perda do reconhecimento do social do papel profissional, outras perdas também são relevantes para o sujeito. A aposentadoria é vista também como a chegada ou o reconhecimento da velhice do sujeito. E na sociedade industrial moderna, a ênfase é dada à juventude e à capacidade de produção, com isso há a diminuição do valor simbólico do idoso frente à sociedade e a si mesmo.
      Com essa perda da juventude, há também as mudanças do corpo, a perda da beleza, da libido, fazendo assim com que a auto-imagem que a pessoa projeta de si mesma, seja depreciativa. A chegada da velhice acaba significando também a proximidade da morte.
     Portanto, com essas tantas mudanças pessoais, temporais, espaciais e sociais, conseqüentemente as mudanças psicológicas desse sujeito são inevitáveis.


Arthur Salviano & Lara Nogueira

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